VERDE E TUDO

verde e tudo

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

ASSUNTO E CURA

Alguns grupos tradicionais da Amazônia acreditam que certas doenças nada mais são do que distúrbios causados por atitudes que desagradam entidades do plano Espiritual. Estas crenças recebem nomes como xamanismo e pajelança, que não devem ser confundidas com outras atividades que também fazem o uso de plantas medicinais (fitoterápicos) como a puçangaria. A diferença é que estes não têm o cunho religioso e sim medicinal, sendo que o mesmo é baseado no conhecimento empírico. E é sobre este que vou contar lhes uma história de um mestre no assunto. 

Raimundo dos Santos Souza nasceu em 21 de agosto de 1926 aqui em Macapá - na época a cidade ainda fazia parte do Estado do Pará. Já na sua infância ele teve os primeiros contatos com pesquisadores estrangeiros que passavam temporadas aqui. Sempre fazendo o trabalho auxiliar. Também andava no mato para tirar madeira com seu pai e foi neste período que teve os primeiros contatos com as plantas. Menino inteligente e curioso, por isso recebeu o apelido de "Sacaca", que quer dizer "um grande conhecedor da floresta". 

Com o tempo seu conhecimento sobre as plantas foi aumentando. Dotado de uma memória invejável foi construindo sua fama de forma empírica. Nunca freqüentou uma academia ou curso superior de biologia, mas deixou três obras que falam, de A a Z a respeito das plantas que curam. Negro, morador do Bairro do Laguinho, um dos mais tradicionais de Macapá pelas suas raízes afro. Logo ficou famoso em toda a cidade pelos bons resultados alcançados através de suas ervas e garrafadas (mistura de várias plantas). A população o procurava para a cura de diversas doenças. Uma antiga moradora, Dona Duce Carmen, nos dá um bom exemplo disso em seu relato. 

"Eu tinha uma dor nos rins que tinha anos e anos. Procurei três doutor e os remédios que eles passavam não deram resultado. Foi aí que a dona de uma baiúca do canto de casa disse pra mim ir lá com o Sacaca. Cheguei lá, ele tava sentado num banco na frente da casa dele sem camisa e brincando com uns meninos. Eu primeiro fiquei meio assim, três doutor não deram jeito, como aquele sinhô ia dar? Mas eu falei com ele e ele me recomendou o chá de Quebra-pedra. Fui meio desanimada pra casa, mas comecei a tomar o chá. Um mês depois eu já tava boa. (...). Depois disso tudo o que eu tinha eu ia lá com ele e recomendava pros outros também." 

Depoimentos como este podem ser encontrados aos montes na cidade. O falecimento de Sacaca em 1999 foi motivo de luto para toda a população. Todos os moradores o conheciam ou já ouviram falar dele. Seu nome se encontra registrado no "Museu Sacaca" e este acúmulo de experiências não se perdeu. A lista de plantas que curam é enorme e foi usada não só por ele, mas por uma grande quantidade de mulheres de origem cabocla e indígena. Veja algumas:

Alfavaca – Banhos e combate o resfriado.
Alho – Pressão alta, resfriado, gazes.
Amor crescido – Tratamento de fígado e queda de cabelo.
Anador – Qualquer tipo de dor.
Andiroba – Massagens em lesões, combate inflamações e males na garganta. 
Arruda – Dor de cabeça e mal olhado.
Babatemão – Estômago e inflamação uterina.
Boldo – Derrame, fígado e estomago. 
Cana-ficha – Rins e infecção urinária.
Capim marinho – Calmante e pressão alta.
Catuaba – Reumatismo.
Cheiro da mulata – Derrame e infarto no miocárdio.
Comida-de-jaboti – Pressão alta.
Erva doce – Fígado.
Erva sidreira – Pressão alta e calmante.
Hortelã – Gripe, dor de cabeça e mal estar.
Hortelãzinho – Cólica infantil.
Manjericão – Banhos e combate o resfriado.
Parirí – Anemia.
Pata-de-vaca – Diabetes.
Pião branco – Combate a asma e sicatriza.
Pirarucu – Desinflamatório e vesícula.
Pracaxí – Desinflamatório.
Quebra-pedra – Pedra nos rins.
Sacaca – Anticoncepcional, é diurético e combate a diabetes. 
Sucuúba – Inflamação uterina e gastrite.
Trevo roxo – Dor de ouvido.

Existem casos em que a mesma planta é usada para combater doenças de forma variada e algumas tem mais uso medicinal do que consta na lista. Hoje, diversos governos e ONG’s começam a apoiar este levantamento e incentivar a construção de postos de atendimento a população e agentes de saúde qualificados na etnobotânica e etnomedicina. No Amapá, o projeto Farmácia da Terra do IEPA (Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá) nos dá um bom exemplo de interatividade entre o saber popular e o conhecimento científico. São feito trabalhos de levantamento destes dados nas comunidades tradicionais para que os fins em que cada planta é usada sejam comprovados cientificamente. Tudo feito no Centro de Plantas Medicinais do Instituto. Por exemplo, a planta Pata-de-vaca é usada no combate a diabetes por muitas comunidades. O que o IEPA faz é verificar se tal planta contém princípios ativos que realmente combatem a doença. Esse método vem dando certo e hoje são mais de 70 produtos.

O resultado é uma série de fototerápicos em forma de xaropes, pílulas, ungüentos e chás que combatem uma grande diversidade de doenças. Estes remédios são vendidos na farmácia do IEPA a preços simbólicos. Algo em torno de R$ 2,00. Existem também diversos fito cosméticos como o Shampoo de Babosa e o Sabonete de Andiroba. Tudo feito à base de insumos naturais e com pouquíssimas contra-indicações. 

Esta é uma prova da eficácia do conhecimento das culturas tradicionais. Figuras como o Sacaca devem ser reconhecidas não apenas como agentes propulsores deste conhecimento, mas também como legítimos e importante colaboradores da saúde, pois os mesmos são uma ótima alternativa aos remédio alopáticos e suas contra-indicações.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

AOS AMIGOS QUE CURTE A NATUREZA

Vocês que visualizam meu blog  deixe um comentario para que eu possa saber que tem alguem  que ler meus artigos , e mais um encentivo para poder postar mas assuntos.Obrigados!!

domingo, 7 de novembro de 2010

PARA TER ROSAS SEMPRE LINDAS

A beleza das rosas tem pelo menos dois inimigos certos: insetos e fungos. Para enfrentá-los, é preciso observar certos detalhes:
* Observe sempre as roseiras: Fazendo inspeções periódicas, é possível identificar qualquer problema ainda no início e tratar logo de combatê-lo;
* Previna-se: Remediar é bem mais difícil. Fazendo aplicações periódicas de produtos preventivos (contra fungos, principalmente), os riscos dos ataques serem mais severos ficam reduzidos;
* Garanta sempre uma boa alimentação: A nutrição é fator fundamental para o bom desenvolvimento das roseiras e sua saúde. Uma fertilização orgânica, feita periodicamente, fornece à planta boas quantidade de macro e micronutrientes, tornando-as mais resistentes aos ataques de insetos e doenças;
* Mantenha o “exército natural” de defesa: A natureza é sábia e, juntamente com as pragas, criou também seus inimigos. As joaninhas são excelentes predadoras dos pulgões, os pássaros combatem as lagartas, hortelã plantada nos canteiros espanta as formigas…;
* Use e abuse dos métodos naturais: Quanto menos produtos químicos forem utilizados, melhor. Assim, você estará mantendo o equilíbrio natural e prevenindo contra problemas que surgem com o abuso de química. Se os ataques forem muito intensos, procure a orientação de um técnico especializado, antes de aplicar defensivos.
Os Vilões
Pulgões:
 São os mais comuns. Sugadores, causam deformações nas partes atacadas, principalmente brotos novos e botões. Combata-os, de maneira mais natural, com calda de fumo.
Ácaros: São quase invisíveis a olho nú e se localizam, em colônias, na parte inferior das folhas, causando grandes prejuízos. A aplicação de enxofre solúvel pode servir como prevenção.
Trips: Pequenos insetos voadores que deformam as flores, logo no início da brotação. Em grandes ataques, podem destruir completamente a planta, por essa razão, necessitam de um controle químico, sob orientação.
Formigas-cortadeiras: Fazem mais estragos nas folhas e brotos. Iscas formicidas costumam ser bem eficazes.
Besouros: A variedade é grande, mas as vaquinhas são as que mais destroem as flores. Também precisam de combate químico, quando o ataque for grande.
Mofo-cinzento: Doença causada por um fungo que tem preferência pelas flores e botões. Costuma ocorrer em épocas de chuvas prolongadas e muita umidade. Pode-se prevenir o problema com a aplicação de fungicidas.
Mofo-branco: É o famoso oídio, que não escolhe época para atacar. Os botões e as folhas são os alvos preferidos. A prevenção pode ser feita com os mesmos fungicidas usados para controlar o mofo-cinzento e o combate é reforçado com enxofre solúvel.
Mancha-preta: Ataca as folhas, amarelando-as e derrubando-as. Costuma atacar mais quando há mudanças bruscas de temperatura. Também pode ser prevenida com fungicidas.
Míldio: Surge com mais freqüência nos períodos quentes, quando há excesso de chuvas. É uma doença devastadora, capaz de destruir brotos novos e folhas e, se não for controlada, mata mesmo a planta. Qualquer suspeita de ocorrência deve ser rapidamente combatida com produtos específicos existentes nas casas especializadas em produtos agropecuários.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Lendo o artigo do amigo Ricardo Cardim – A beleza dos troncos verdes das tipuanas paulistanas – lembrei dos meus primeiros contatos curiosos com as árvores da cidade! Acreditava que estas habitantes dos troncos faziam mal para as árvores, quando fui olhar mais atentamente, coletei uma folhinha e fiquei maravilhada com a beleza de suas nervuras. Pensava comigo: “- Como é possível ser tão belo estar fazendo algum mal!” Foi então que descobri ser uma inofensiva e muito articulada pteridófita (variedade de samabaia – Microgramma vaccinifoliaou samambaia-grama), que adora troncos antigos, sulcados e úmidos na nossa cidade!
É incrível como a natureza cria desenhos em suas estruturas morfológicas, tão complexos e bem resolvidos! As pessoas que caminham pela cidade sem se dar conta desta beleza “escondida” não sabem o presente que estão perdendo. Presente para a alma, mente e espírito! Em tantas pequenas coisas do dia-a-dia, a natureza que luta para viver na cidade nos apresenta muitos encantos!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

QUADRO VERDE

Achei esta ideia super bacana, quadro feito de garrafa cortada,amei vou fazer uma igual.